21.1.19

Ahoga nuestras almas, exentas de deseos, en un mar de silencio, de quietud y de olvido.


Garoa fria sobre a tarde baça:
O tempo vai fazendo sua curva
Inexorável, em silêncio, austera,
Sobre a existência, vã, na descendente,
Num grande afã de mágoa e esquecimento.

Mas, de repente, a brisa morna, lassa,
Sopra no Lete, rio de água turva,
E uma angústia, de eterna espera,
Já se derrama, em turgidez, tão paciente
Sobre o Universo, merecido tormento.

Realidade: escolha a sua, rápido,
Antes que perca a tua chance, e então
O teu caminho, já nas mãos do fado,
Vá desmanchar numa esquina rude
Do estreito paço de horror, loucura.

Pois, quando bate a maré obscura, 
Deságua na tua alma, açude,
Uma agonia no ser, já calado,
Feito um amargo e reticente ‘não’
E o horizonte se entristece, pálido.

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