29.9.11

Let's go to the overground: get your head out of the mud baby; put flowers in the mud baby – overground.

Na clara noite e na escura manhã
Nos teus escarros de espesso mel
E nos meus beijos de acre romã
Eu sou culpado, inocente e réu
Por desvelar o mais espesso véu
Morder o fruto que não é maçã
Lançar blasfêmias ao Sétimo Céu
– Contra os deuses, a luta mais vã.

Porém insisto na profanação
Que faz pulsar meu negro coração
E na loucura de amargo sabor
[Corpo encharcado com esse pavor]
[Ossos trincados no puro estertor]
Enquanto a vida desaba sem cor
E o amor repousa num caixão
– Que o Demônio ouça esta oração.

16.9.11

And I hope you let me share your place.

Acumulando erros e medos no beijo e no pranto em silêncio da alma em pavor feito e desfeito vadio inseguro num canto em silêncio imundo e escuro no fundo de qualquer boteco nas chagas abertas nas ruas desertas até onde nem sei como entender descrever eu sigo e me persigo sigo torto e absorto despencando em desgraça esmagado insepulto encharcado de mágoas na escuridão e até falta adjetivo pra essa coisa da vida pra este tipo de texto e até falta objetivo pra quem sempre só trabalha resiste e ainda insiste no fio da navalha dos próprios desterros e conceitos que já não têm mais conserto como se ter ido fosse necessário para voltar e cada miserável derrota ou afronta no coração partido a vagar como quem jamais se encontra fosse uma perversa espécie de recomeçar.