4.4.13

Eu quero ver se vale a pena seguir viagem ao mar sem cor.


É na inércia da existência
Que finjo não viver a vida
E reitero a ilusão:

Pois quem teria paciência
De encontrar uma saída
Da aridez do coração?

Se num tropeço repentino
Foi nos braços do destino
Que acabei por me atirar?

E se o viver me olvidar
Renegarei tudo que vejo:
– Futilidade do desejo.

Melhor fechar logo as ventanas
E esquecer o itinerário
Pois nada muda realmente.

Tua lembrança é somente
O interminável bestiário
Das frustrações cotidianas.