18.10.10

Stay tonight in a lie.

[20h20min]

É tarde pra eu perceber que ainda é cedo
Pra viver à míngua e mesmo assim ainda rir
Mesmo sem nenhum desejo de existir
Na vontade de nunca mais sentir tal medo

Na língua morta que sabe tudo de mim
Na porta aberta a esmo no ensejo do fim
E se acontecer de a verdade um dia surgir
Prometo que tentarei não mais fugir.

[20h27min]

11.10.10

Tudo vejo a desaparecer!

Andando na cidade desmedida
Eu procurava a minha fé perdida
Ainda que não fosse encontrá-la

Sob a fria garoa e o cantochão
Eu era um qualquer na multidão
Feito barco batendo contra o cais

Naquela paisagem eu só via
Os arcos e as velhas ferrovias
Ainda que eu não estivesse lá

Num mar em preto e branco eu sonhava
Que num instante enfim você voltava
E não ia embora nunca mais.

Sailing into destiny closer to the heart.

Rush.
October Tide.
Enslaved.

DilmaSerraFolhaEstado.

S o u s â n d r a d e, Jorge de Lima.

CORINTHIANS

Vida, história, amor.

Com todas as dores possíveis dentro e fora de mim, revisto papéis, tomo um pouco de

(...)

Desisto de escrever.
Desisto?

Não quero mais relatos aqui, somente a transcendência. Cansei de permanência, túnica inconsútil do destino que sempre deixa as coisas sem saída.

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Faz frio, uma gélida antigüidade, o frio de antes do início de tudo.

A lifetime of questions

[14h54min] Eu ia escrever, mas não vou. Ah, vou escrever, mas o quê? Já estou escrevendo, não apenas escrevinhando, ei, quem é você, ei quem sou eu, eu sou eu e sou você, você que não é ninguém, veja só, não sabe nem o que escrever, não tem nada a dizer, pensa demais, não só faço de menos, e quando faço, faço errado, então por que insiste em pensar em fazer, porque é só o que sei fazer, ser-existir-em-mim, um ser-nada, então continue assim, sem continuar nada. [14h55min]

3.10.10

Mas talvez o erro não se introduza no próprio ato reflexivo.

[ 22h32min ] Na noite após da noite | Na solidão após a solitária companhia | Na verdade solitária após as mentiras coletivas | Tenho febre, sento e escrevo. Descrevo-me | a ninguém. Vão-se as eleições, as musicalidades, as políicas interestelares, os relacionamentos, tudo segue seu curso. E eu descubro a falta de tempo. E não corro, não morro ainda. Apenas escrevo. Em reverência ao que me deu tudo que não tive. [ 22h34min ]