17.6.12

Pois meu coração é assim: navegante à deriva, naufragado em mim.

Passou tanto tempo e o destino se mostra promessa desfeita estrada sem ninguém para lugar nenhum sei que despertarei na manhã carregada cinza baça e chuvosa tumultuada e infeliz quase ébria e febril de horror e afeição a viver mais um dia a engolir as mentiras cuspir as verdades cortar esse laço negar falso abraço perder coisa alguma na grandeza imensa vã angústia tristeza corpo exposto à mesa sem limite ou pudor para o fim e o início se reencontrarem nos versos antigos pois desejo que hoje termine e amanhã nem comece que o tempo acabe no sutil silêncio dos teus lábios secos meus olhos vazios no lado avesso do mesmo papel fale agora comigo não tente entender não me explique e enquanto isso me calo insisto e é difícil existir e ainda estar aqui por aí por você.