10.1.12

Renaissance is over and I wonder: should I close my eyes and pray? Feel like I've betrayed? Always be the same (once again)?

Houve um tempo em que as palavras vertiam do chão e desabavam de meus lábios e meus olhos e escapavam de minhas mãos caudalosamente sem cautela alguma apenas a expressão nada sutil do escândalo e eram todos os sonhos insones uma infinita e grosseira fome de conhecer de começar a reviver tudo que estava insepulto e vandalizado ó deus em quem não acredito como eram vivas as negras paisagens que eu derramava fossem flores de escárnio e tormento numa sagrada profanação da divindade suja que era eu mesmo no início sem final no bem que também era o mal e eu me tornava nunca deixara de ser o próprio deus culpado açoitado ressurreto a ascender ao mais excelso e régio círculo imperfeito do panteão das minhas visões sublimes infernais em comiseração a sursis de um deus que precisava ser temido e adorado só precisava ser aceito por todos por ninguém na celebração de tudo que era incerto quando não havia tanta paisagem útil a me distrair e meus olhos se voltavam somente a você à adoração cheia de desprezo desapego desespero a tudo que eu amava eu fingia eu temia por me faltar por eu não saber toda a lírica do ódio dedicada ao imenso vazio que era o interstício de existir momento de se calar de cantar todo aquele silêncio brutal que doía envolvia todos que um dia vieram ficaram pelo caminho que nem existia somente a ventura ressentida do agora só por hoje nunca houve atirado no chão corpo entregue ao mar absoluto que jamais vi ao qual pertenço desde que resolver não mais escrever existir desistir em reverência ao mais profundo e majestoso esquecimento.

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