Num falso alexandrino escrevo um testamento
[Fogueira das vaidades da minha vaidade]
Na sutil ilusão que eu ‘inda alimento
De que os céus e infernos ouçam a verdade.
Na torrente de toda a tua enorme cidade
Lá, no local exato do sepultamento
Saberei que terá chegado o meu momento
– E pensar que perdi a minha mocidade.
Lembro que a falsidade foi u’a companheira
E o hoje é um abismo que me tem à beira
– Novidade é disfarce da repetição.
Pois no teu rosto morto me resta a vitória
De saber que a tua última memória
Foi um sutil pavor sem qualquer redenção.
5.10.11
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