[22h29min]
Outros universos imersos nas mesmas palavras
E no entanto te calavas
Atrasada, distaída
A ver passar a vida
Enquanto fingias ser infeliz.
Foi por um triz que não me enterrastes de vez
Mas a minha solene voz
Ergueu-se contra o algoz
Que um dia fora importante
E hoje é uma ausência na estante.
Enfrentei numa noite a minha própria ira
Mentira e verdade
Naquela cidade
Que de tão feia é bela
E hoje segue morta e esquecida.
Atravesso hoje cadáveres insepultos
Nêmese de antigos cultos
Gênese de todos os tumultos
E nesta noite sou riquíssimo de mim.
Do princípio ao fim e do final tudo de novo
Em poucos dias
Em que dirias
Que eu desapareceria sem sorte
Porém descobri que sou imortal até a morte.
[22h40min]
Um comentário:
a imortalidade deve doer.
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