28.7.18
E, no cansaço, deitaremos imensos, na planície vazia de memórias.
Intermitências: sem fim,
Começo, ou meio,
Por veredas insuspeitas
De vingança e remissão,
Na noite densa, absurda,
Em pálido abandono,
Desmancha sobre o orbe
A decadência sutil
Das despedidas de julho
[Frio, extenso, escuro, intenso],
Asas de anjos infernais,
Avesso da tua presença:
Sob o céu de nuvens sujas
Contra o chão de passos falhos,
Em silêncio, em devoção,
Almas quaram no varal,
Ao pó de um velho universo
– Rútilas flores de abismo.
9.7.18
Hoy te digo que creo en el pasado como punto de llegada.
Eu já não sei o que fazer com o tempo,
Que ora parece pouco, e ora tanto;
E me confundo se já tive, ou tenho,
De tanto instante solto, desmedido,
Algum motivo, talvez impreciso,
Um compromisso, até desnecessário,
Que me liberte do que eu nem sei.
Instantes passam e eu, sempre atento,
Como esperasse ouvir um rude canto,
Que me fizesse até doer o cenho,
Tenho um desejo, quase proibido,
O qual oculto, pra manter o siso:
É me perder, em tal itinerário,
Que me abandone aonde eu nem sei.
Então, quase sem jeito, eu invento
Um interstício, feito um acalanto,
Em que eu guarde tudo que mantenho
Do pouco tempo, que, quase perdido,
Eu não vivi, e agora eternizo,
No que não fiz, um rito funerário,
Tudo que resta, o quê?, eu já nem sei.
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