16.2.18

Calma, calma, também não é tudo assim escuridão e morte.


Tem dias em que olho pro mundo
E penso ‘não está tudo meio incompleto?’
Às vezes, porém, me parece mesmo
Que faz é bom tempo que já acabou.

Caio do alto do azulado infinito,
E meus pedaços, vou deixando por aí:
As mãos, em cada texto que não fiz,
Feito os rastros do que havia – bem e mal;
Quem já não sou, sei lá se fui,
Vai pro fundo do mar esverdeado.

Hoje não sei bem o que escrever:
Nem todo fevereiro tem dias de Carnaval,
E há tantos cristos que fogem da cruz;
Sem mentir qualquer virtude,
Nem trair algum receio, eu sei
- Cada um é a poeira de outro caminho.

Às vezes, é verdade, tenho pressa
Sem nem saber aonde quero, enfim, chegar;
Em outras horas, estou tranquilo, a esperar
Pelas canções, por palavras – você.

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