25.11.11

Não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

[Quadras ao gosto popular.]

Eu caminhava pelas tardes
Não adiantava me esconder:
Com a memória em meu ser
Fossem mil sóis, tu inda ardes.

E então voltava meu olhar
E disfarçava o meu pranto
Havia sempre um entretanto
– Eu preferia me calar.

E quantas noites eu sonhei
Que retornava pros teus braços
Porém atada a outros laços
Eras rainha de outro rei.

Hoje, calado, reconheço
Chegando ao idos de dezembro:
Tu não estás onde me lembro
Mas nas canções em que te esqueço.


***

Vens de vidas que não vivi
E diz coisas que não sei
Traz de volta o que sonhei
O sorriso que tive e perdi.

Vens andando sobre o mar
Afastando as quimeras
És a verdade de outras eras
Que nunca pude imaginar.

Faz o meu sonho acontecer
Pois nos teus olhos pacientes
Vejo plantadas as sementes
De um amor por florescer.

És a musa de um novo fado
Que apaga o amargo da vida
Traz a cura da minha ferida
E anda sempre ao meu lado.

Um comentário:

Talita disse...

<3