16.11.11

Ela sabe o que costumo e o que não costumo.

Agora mesmo eu vou ali me esquecer
Eu fico triste e não devia me importar
Pois é um assunto que nem diz nada pra mim
E quem será o derradeiro a dizer sim?
Pois essa casa nunca foi mesmo um lar
– E vai a noite mergulhar no amanhecer.

Fico acordado repensando desesperos
Pois no silêncio cada lágrima desaba
Discretamente bem no fundo da retina
Na escuridão toda a esperança acaba
Já na primeira insegurança repentina
– Fosse a morte arrancando os meus cabelos.

E cada hora é um açoite desumano
Dos ventos tétricos o mais temido arcano
Reviravolta do infinito imperfeito
A epifania do ansiado e contrafeito
Desaba sobre todo ódio esquecido
– Já amanhece sem nem ter anoitecido.

Eis-me no fim e eu ainda sei quem sou
No recomeço de um dia acinzentado
A existência com o peso do Universo
Todo moral jaz insepulto e perverso
Vejo em teus olhos a imagem do passado
– O puro inferno que a verdade libertou.

Nenhum comentário: