17.3.11

Muito longe de mim na escuridão ativa da noite que caiu.

Passado transpassado a sujo em pesadelos, pisado feito sangue nas chagas, esparso nos olhos. Medo nas unhas roídas dos dedos, nos cabelos pálidos, arrancados, caídos no chão. Destino de mão em mão, nas cartas em mangas arregaçadas, desgraças previstas em fotos de revistas, entrevistas nos jornais, nas culpas e desculpas que adormecem, mas não morrem. Em folhas de papel nas árvores de sonho triste, resiste o enfadonho resquício sombrio da condenação sem réu, da dor sem dó. São escolhas, desafetos, dialetos que ninguém conhece, porém, quando amanhece, restam os restos, corre-se pelos corredores, e não existe lugar algum. Toda a existência limita o sonho e imita o despertar sem fim de uma noitada ruim.

Um comentário:

B. disse...

Bicho, agora fiquei com aquela sensação de que:
quando não se tem merda alguma para dizer, deve-se ficar calada.

Broto, gostei do teu emaranhado de palavras,.