Mês de abril, vinte e cinco;
Seria teu aniversário,
Porém, só eu envelheço,
E a saudade é o preço,
O que restou do inventário:
A vida segue sem afinco,
Barco à deriva sem um cais.
Ante um frio sol de inverno
O intervalo é eterno:
Antes havia um sentido
No que pudesse ser vivido
E eu podia procurar
Na mansidão do teu olhar
Todos os pontos cardeais.
Mas bem sabemos a mecânica
Imperturbável do existir:
Enquanto escrevo, tu repousas,
Sob o cinzento destas lousas;
A finitude a te vestir
De uma ausência oceânica
No teu jardim do nunca mais.
25.4.21
Antes de começar a estrada que se perdia em suspensa poeira de sol, apenas o jardim nada mais que contemplável, compreensível e simétrico.
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