Mais uma vez, tudo às avessas:
No Sol, teu mar então mergulha
– Estrela esta que está morta,
Nós precisamos aceitar;
E, após um fútil reclamar,
Você, então, agora exorta
A palidez de uma fagulha
Em nuvens cinza e espessas.
Olho ao redor, dentro de mim:
O que restou, aqui, enfim?,
Um oceano ressecado;
E já nem sei mais de que lado
Ficava o canto da baía,
De tão sutil melancolia,
Em que batiam os meus sonhos
– E hoje? só vazios medonhos.
Quem ainda se presta
A vadear tal malquerer?
Há muito se foram os deuses,
Tal qual a minha inspiração;
Fico esquecido numa fresta
Que esqueceram de varrer
Com o Destino e seus reveses
Trocando o ‘talvez’ pelo ‘não’.
Não há desejo, não há medo
– Puro silêncio – estou vazio
Cansaço do que não vivi;
Até sonhei que desistia,
Mas surge outro velho dia
E eu ainda estou aqui,
Num grandessíssemo estio:
Quis me entregar – ‘inda é cedo.
26.11.20
If his home was on fire, what one thing would he save? The fire, he said, only the fire.
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