20.11.19
On meurt toujours trop tôt – ou, trop tard. Et cependant la vie est là, terminée: le trait est tiré, il faut faire la somme. Tu n'es rien d'autre que ta vie.
Em quatro décadas, já findas,
Na confusão, na afasia,
A finitude, companhia,
Do inesperado, imprevisível
[Vida esgarçada, tempo imóvel],
Na confusão de qualquer hora
Resta a memória de outrora:
Não sei se boa ou ruim.
Coisas horríveis, coisas lindas,
Se sucedendo todo o tempo
Talvez nem sempre numa trilha
Por muitas vezes circulando
Numa espiral de horror nefando,
Às vezes uma ingrata filha,
Premeditando, num intento,
A triturar o que há de mim.
Que tudo mais me seja nada:
A náusea, a queda, o Inferno,
Eu visto tudo feito um terno
Que não mandaram ajeitar;
Quantos milênios vão passar
Na eternidade, tão sem tempo,
E sumirão, em qualquer vento
– Perdão aos deuses da má sorte.
Vou, conformado, à madrugada,
Sem nem pensar numa saída
– Aqui, ali, ou outro lado;
E que o legado, inexistente,
Por mais que eu queira, mais que tente,
Está escrito no me fado:
Vou de mãos dadas com a vida,
Mas acenando para a morte.
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