2.7.16
E assim fui sendo esse leque de coisas fluidas e inquietas.
A vida é sempre
A mesma: qualquer
Esforço sem porquê
Não sei, não há
Mais nada ou menos
Do que eu esperava ver
E ser e só.
Uma angústia, véspera
De outubros, silêncio
Por mortos que enterro
Nas quartas de cinza
Por glórias caídas
No chão dos milagres
Desfeitos, sem jeito
De ser e só.
Tropeço nos passos
Tão próprios a isso,
De tanto cansaço, ainda
Que finda nas ruas
De pedra, das flores
Eternas
Que são de papel
Em que deixo caírem
Metades, vontades
E uns dois ou três versos
Que são sempre os mesmos
Como igual é a vida
Que é ser e só.
As marés, manhãs
Do fim
Do mundo
Poeira, de águas
Abismo, de azul
De auroras
Parnaso, de anjos
Sem asas
Nem eternidade
E lá no horizonte
Anunciação
Da fé sem mim
Do porquê do fim
Por ser e só.
Não desejo nada
E nada me espera
Só restaram nuvens, e o corpo
Ao chão
Ou não
Ser
E só.
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