Já finda outro expediente
De trabalhar de viver;
Tudo que há é o cansaço,
E o repouso em um regaço,
Até o lasso amanhecer,
É o desejo renitente.
Vi-me erguendo a paciência,
Uma pirâmide de tédio;
E nem faz tanta diferença
Nessa perversa Renascença,
Pois esse travo sem remédio
É a malograda existência.
E das mais tétricas alturas
Vão despencando as madrugadas
Feito esperanças, feito sonhos,
Em pesadelos tão medonhos,
Que choram outras alvoradas
De silêncio e amarguras.