15.10.13

The parchment of my future burns fast and I burn myself badly in my futile attempt to save it.


Desde que acordo, até dormir,
Tudo que faço é mentir
E inventar tantos motivos
Precisos forem pra ter vivos

Os sentimentos de ter feito
O que havia pra fazer,
Ou de que então retroceder
Era sensato, o melhor jeito

De manter firme o pé no chão
De tudo estar em seus conformes
E me livrar dos sempre enormes
Ressentimentos da ilusão.

Sempre à procura de desculpas,
Dissimuladas e adultas,
Pra qualquer coisa que eu faça,
Ainda tento fazer graça:

‘Ah, foi melhor ter sido assim’
[Razões, motivos para tudo],
E num instante breve e mudo
Eu me convenço de que, enfim,

A incompletude é o abismo,
O poço fundo do cinismo
Onde, indeciso, me desfaço
Na covardia do cansaço.

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