11.9.13
Eu sei que o mundo é um fluxo sem leito e é só no oco do seu peito que corre um rio.
“As I wait each night
For a darkness to come
And hide me away
From the hate of this world
From the sun of this world
From the life of this world
From the truth of this world.”
(Frostmoon Eclipse, Under Pale City Lights)
E lá está o tal caramujo:
Se recolhendo em sua casca,
Silencioso, fraco e sujo,
Para fugir de uma borrasca;
Se protegendo da ventania
Que corre as pedras da baía.
Ele não pensa em quase nada:
Ele só busca a proteção
Da violenta onda gelada
Que vem do mar da escuridão.
A pegajosa lesma vai
Para o casulo mais uma vez,
E a garoa cortante cai
Do céu tristonho de palidez;
As nuvens passam no horizonte
E fica a espuma da maré cheia,
Na esquecida praia defronte
Ao caramujo a chorar na areia.
– E o mundo lá fora?, cinza e frio,
Cinza e frio, cinza e frio, cinza e frio.
[O tema e os dois últimos versos (os únicos que lembro de cor, por isso quebram a harmonia do poema) são de um texto em prosa que fiz em 2006 para meu finado blog A Via Crúcis Do Corpo (2005-2010) e cujo original perdi, então resolvi aproveitá-lo em outro formato e outras ideias.]
Assinar:
Postagens (Atom)