13.7.12

I have deserved all tongues to speak their bitterness over me.


Tudo desanda numa marcha inexorável.
– Qual é o cardápio das tristezas do agora?
Por caminhar tanto assim à margem da vida,
Nem percebi que era hora da partida,
Não entendi que o destino era ir embora
E minha vida se tornara dispensável.
Pois estes versos hoje servem de prenúncio
Do que em breve restará aqui de mim,
Num desapego tão sutil que até espanta
Você ainda insistir que adianta
Não aceitar que tudo isso tem seu fim.
É o meu jeito de abraçar esse silêncio,
De balançar um pouco a cauda para os deuses
E demonstrar alguma fútil gratidão
Ao deus dos deuses do horror e da ventura,
Que se diverte com a nossa amargura
De desejar vingança em qualquer oração
E nos derrama seus acasos e revezes.
Então mergulho na estrada – e até mais ver!,
Pois é assim que essas coisas são aceitas
(Percebo agora que a vida virou pó)
É engraçado tudo isso, veja só:
Ser conhecido por viver de frases feitas
E no final nunca saber o que dizer.

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