25.4.12

É como escolher, de tudo que foi feito e desfeito, vivido e sentido, o que ainda faz sentido e o que não me serve mais.

Não durmo. A chuva, fria, cai inclemente, sem paciência, com a serenidade de um executor. Vertigem. Vertigem. Vertigem. Qual é teu maior sonho? Ter novamente um sonho? No início havia a química. E as noites eram de estranha paz. Depois o tempo se recusa a passar. Nada a esperar. Encosto no sol e ele me queima as mãos feito esperança morta. E a náusea persiste, é um existir-demais para mim. Mais um dia longo, que já começou e não terá mais fim. As cartas não chegarão mais aos seus destinos, os corpos não serão mais enterrados, não haverá mais choro ou riso. Apenas a metafísica inútil dos conselhos sem valor. Ainda existo. E é grosseiro, rude, apressado. As palavras que nem chegam a existir de verdade. É preciso imaginar Sísifo, etc.

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