25.4.20

Also heißt des Willens Zähneknirschen und einsamste Trübsal.


Dias incertos feito bruma,
E este é um dos mais tristes,
Se destacando dos demais:
Os teus setenta e quatro anos,
Hoje apenas hipotéticos;
Pois, entre outros esqueléticos,
Envolto em trajes espartanos,
No tempo todo e no jamais,
És para sempre e não existes
– Infinidade e coisa alguma.

Já nos escapam os motivos,          
E, vez em quando, estou à beira
De coisa alguma pela frente
Da existência angustiante,
Envolta em medo e doença;
Seria bom ter uma crença
De um reencontro adiante:
Mas sei que hoje tens, somente,
Lábios de lodo e poeira
– Em forma e lar definitivos.

Neste cenário, um grande nada,
Todas as vidas em suspenso,
E as angústias tão despertas,
Fez o Destino, num esgar,
Além de toda a infinidade,
E da ridícula saudade,
Um quase-mundo a separar
Nas avenidas, vãs, desertas,
Em que ressoa, em tom imenso
– Somente a tua voz, calada.

A vida é nau sem direção,
O mundo piorou sem ti
E hoje é pouco mais que nada:
Viver é fechar uma porta,
Pois todo luto é solitário
E cabe a mim este calvário,
De carregar esta cruz torta
Sobre esta terra desolada;
Enfim, ainda estou aqui
– Por mera falta de opção.